Nenhum
continente tem tanta história, nenhum foi e segue sendo tão essencial à
instauração e à reprodução do capitalismo quanto a África.
Por Emir Sader
Um continente vítima do colonialismo, do neo-colonialismo e da escravidão não pode deixar de ter essas feridas expostas em toda a sua extensão. Fornecedora de matérias primas e de mão de obra escrava, a África foi esquartejada pelas potenciais coloniais e sugada em tocas as suas riquezas – materiais e humanas.
Em 1890 as potências coloniais europeias se reuniam em Berlim para
completar entre elas a divisão da África. De tal forma primou a
prepotência e a arbitrariedade, que fronteiras do norte da África foram
feitas com régua na divisão entre os colonizadores, não importando se
dividiam povos, rios, montanhas, cidades.
Quando as formas coloniais de exploração e dominação não foram mais
possíveis, elas ganharam formas novas, com independências politicas,
que logo passaram a aparecer como sistemas neo-coloniais, que reproduzem
as velhas formas de dominação, sob formas novas.
Os líderes que não se ajustavam a isso foram derrubados – como Ben
Bella, na Argelia – ou assassinados – como Lumumba, no Congo. Trataram e
tratam de expropriar a história da Africa, tentando reduzir o
continente a um mundo de natureza, em que os conflitos seriam tribais, a
miséria um efeito do atraso econômico, a cultura reduzida ao folclore.
Quando fizeram 20 anos do maior massacre das ultimas décadas na
Africa, em Ruanda, entre hutus e toutsis, o governo atual não convidou a
França, responsabilizando-se diretamente pelos acontecimentos, quando
na época se anunciava que se tratava de um conflito entre tribos
locais.
No entanto nenhum continente tem tanta história, nenhum foi e segue
sendo tão essencial à instauração e à reprodução do capitalismo quanto a
Africa. Fornecedora de matérias primas e de mão de obra barata, ela
segue condenada pelo sistema imperial a essas funções essenciais ao
capitalismo.
Hoje somente interessam às grandes potencias os países que possuem
recursos estratégicos. Os outros permanecem condenados ao abandono,
enquanto esses veem dilapidados seus recursos, sem nenhum retorno que
melhore as condições de vida do povo desses países. EUA, China, França,
Inglaterra, entre outros, apenas exploram os recursos naturais onde lhes
interessam, sem nenhum outro tipo de intercambio que possa fazer
reverter essa exploração em beneficio das condições miseráveis de boa
parte da população africana.
A história africana reflete a trajetória das civilizações mais
antigas da humanidade, com toda sua riqueza, sua cultura, suas
contradições, seus conflitos. Uma história sobre a qual se impuseram as
potencias coloniais, com a mais brutal exploração seus recursos naturais
e da sua gente, submetida ao pior crime contra a humanidade – a
escravidão.
Hoje a África segue sendo marginalizada politicamente, explorada
economicamente, discriminada ideologicamente. É objeto dos interesses
das grandes corporações multinacionais, apoiada pelos governos desses
países. Raros governos e institucionais internacionais tem uma atitude
de solidariedade com os países africanos.
Fonte: Carta Maior
.gostei muito
ResponderExcluirok.
Excluirodiei muito
ResponderExcluirCala boca :)
Excluirahiahiihjahi!
ResponderExcluir?
Excluirfoda se!
ResponderExcluirPq leu então?Hater retardado ;-;
Excluirhorrivel
ResponderExcluirum lixo
Porque ta falando de vc msm?
Excluirjhfh
ResponderExcluir?
Excluirox q coisa é essa ;O
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