Grupo de Vivência Ecumênica – Goiânia –
28/10/2013
Tema: Reforma Luterana e Lições para Hoje
Facilitador: Dom Orvandil
Denominações religiosas presentes:
Batista, Anglicana, Luterana, Unificação das Famílias para a Paz Mundial e
Católica Apostólica Romana.
Participantes: 13 pessoas (10 mulheres
e 3 homens).
Para início de conversa fomos motivadas/os a
refletir:
1.
De que reforma eu necessito?
2.
Como eu seria após essa reforma?
3.
Pensando em nossa realidade social... Que
reformas são necessárias?
Algumas partilhas, a partir dessas provocações:
Quando se fala em reforma eu me lembro da
reforma da casa. Conforme a reforma, é melhor destruir tudo e construir de
novo.
Temos que estar constantemente em reforma,
mesmo que isso doa.
Falar em reforma é uma possibilidade de fazer
escolhas para melhorar.
Mudança é reforma? A minha compreensão de
reforma é que ela não representa algo tão radical, pois a reforma acontece a
partir de algo que existe e continua existindo...
A reforma é processo, é dialética, não é algo que
interrompe tudo de uma vez.
Precisamos de uma reforma política. De mudar o
tabuleiro e não somente as peças do xadrez.
Em seguida, o Dom Orvandil fez as seguintes
considerações:
A Reforma Luterana não foi um voluntarismo de
Martin Lutero; uma reforma nunca é feita por uma única pessoa, em um passe de
mágica. A força da Reforma foi o contexto (fim da idade média – início da
modernidade; conflitos políticos, econômicos e sociais que a Europa vivia;
revolta, guerra dos camponeses, saques, violências, assassinatos). Nesse
sentido, é importante refletir que antes de Lutero havia um espírito reformista
no ar... A reforma se deu em um contexto em que se tinha pré-reformistas...
Reformar é refazer a forma; reorganizar os
espaços dentro de uma instituição. Lutero não queria dividir a igreja. Os
contextos é que causaram isso. Lembrando que o contexto ou os contextos são
humanos e doem nas pessoas. Nesse sentido, assistimos uma pequena parte
do filme Lutero e fomos motivadas/os a perceber a humanidade de Lutero (seus
medos, tristezas, suas crises).
Dom Orvandill continua: Reforma não é
revolução. Lutero não propõe uma nova igreja e muito menos uma nova religião,
mas quer reformar o Cristianismo; recomenda uma igreja que retorne à sua origem
primitiva, à fé primitiva, para “recuperar” Jesus. Nesse sentido, ele propõe 5
(cinco) princípios:
1.
Somente a fé
2.
Somente a escritura
3.
Somente Cristo
4.
Somente a graça
5.
Glória somente a Deus.
Importante refletirmos que Lutero fez opções
políticas. Entre estas, a compreensão de que os camponeses deveriam ser
impedidos de praticarem “atos contrários à ordem” e, escreveu contra as “hordes
salteadoras camponesas". Aqui, os ideais do teólogo Thomas
Müntzer e de Lutero eram antagônicos.
“Thomas Müntzer foi um dos líderes da corrente
mais radical dos Anabatistas, impregnada de uma mística revolucionária em
termos sociais, econômicos e políticos - um "exaltado", que não
rejeitava o uso da violência. Entre 1523 e 1525 liderou grupos de camponeses
revoltados na Alemanha contra os senhores. Os camponeses exigiam então
liberdade de escolha dos seus pastores, supressão dos dízimos, abolição da
servidão, supressão das reservas de caça, etc. Lutero, por sua vez, defendia a
ordem pública e não concordava que os camponeses se revoltassem”. Thomas Müntzer
foi decapitado.
Como quem segue para a conclusão, o Dom
Orvandill fez as seguintes provocações:
A fé que salva (a fé libertadora), busca
encontrar o Jesus de Nazaré da Galileia; Jesus dos pobres.
A comunidade de fé tem sua força em torno da
Palavra que ilumina a vida, e não nas autoridades.
Reformas e mudanças ocorrem nos “gritos
conjunturais”; não encontra força em indivíduos isolados.
É preciso avançar e não se acomodar nas
exigências do sistema dominante (mesmo que se corra riscos).
Após estas colocações o grupo foi motivado a
fazer um breve cochicho de dois a dois, para trazer questionamentos, ou o que
foi exposto nos fez pensar.
Reflexões:
Por que ainda existem pessoas que vivenciam
relações de barganha com Deus?
Vivemos um período em que os contextos pedem
reformas. O que está efervescendo na sociedade? O que seria a Reforma de hoje?
Qual é medida da Reforma?
A Reforma dentro de uma instituição (igreja)
gera mudanças na sociedade também.
Não podemos desconsiderar a importância de um
Lutero que primou pelo zelo da fé, pelo zelo do que Jesus disse e ensinou...
Nesse aspecto a Reforma foi importantíssima.
Como levaremos o espírito inquietante de
Lutero?
O que precisamos reformar em nós?
O que precisamos reformar no Grupo de Vivência
Ecumênica?
Pensemos sobre isso para planejarmos o ano de
2014...
Encaminhamentos:
No próximo encontro (em novembro) teremos uma
roda de conversa livre e pensaremos um pouco sobre o ano de 2014.
Múria – 30 de outubro de 2013.
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